O ENVIADO DE ÓRION 5

 

 

    Em uma floresta tranquila os animais viviam na mais absoluta normalidade, e um dia logo após o nascer do sol aconteceu algo muito estranho. Alguns pássaros que tinham saído a procura de alimentos para os filhotes, ao chegarem em seus ninhos, muitos deles não não os encontraram.

    Não poderiam voar ainda, e outros mesmo que voassem deveriam estar por perto, mas não estavam, diante de tão situação começaram a procurar, o tempo ia passando, o desespero ia aumentando, e a tranquila floresta, estava agitada.

    Todos os animais ficaram preocupados, se aconteceu com os filhotes dos pássaros poderia acontecer com os filhotes de qualquer um deles. Um homem estava na floresta, carregava várias gaiolas e alçapões, estava pegando os filhotes nos ninhos e os colocando nas gaiolas para vende-los na cidade. Sem pensar na aflição que causaria, ele pegava os mais bonitos, e armava os alçapões para pegar também alguns pássaros adultos.

    Do outro lado da floresta acontecia algo estranho, um criança chorava muito e o espírito da floresta foi ver em que podia ajudar. Chegando lá com a aparência de um bom velhinho, levava umas frutas em um cesto, e ao se aproximar perguntou o que estava acontecendo, um menino que chorava ficou feliz ao ver o homem, e foi logo dizendo, meu pai está nessa floresta, eu o segui sem ele ver e me perdi.

    O espírito da floresta falou, não devia ter feito isso, se seu pai chegar em casa e não lhe encontrar, vai ficar desesperado e a sua mãe também. O menino justificou, fiz por bem, eu ouvi ele falar que ia pegar os pássaros nos ninhos e ia vender na cidade, não acho justo, a vida deles é na floresta e com a liberdade que sempre tiveram, e eu estava seguindo ele para pedir que desistisse dessa ideia.

    Me perdi, não sei o caminho de volta para casa, e o meu lugar é lá e não na floresta, lá na cidade tenho minha família e o carinho que preciso, lá sou muito feliz. O espírito da floresta disse ao menino, não se preocupe sou eu quem cuido dessa floresta, e vou encontrar seu pai. Enquanto isso, o desespero na floresta já era tanto que os sons de lamento já haviam chegado até ao espírito, ele colocou o meninos sobre os ombros e foi ao encontro do pai dele.

    O homem todo feliz porque as gaiolas estavam cheias, nem sequer notava a agitação dos animais. O espírito da floresta havia combinado com o menino um susto que faria ao pai dele, e quando o homem recolhia as gaiolas, de repente surgiu em sua frente uma figura esquisita que perguntou: Quem são os donos desses pássaros? Ao ver  a criatura, ele pegou logo a arma e disse: não sei quem é você, mas não vai me impedir de leva-los para vender.

    Se pensa em vende-los, eu estou interessado mas não tenho dinheiro, podemos fazer uma troca, só se tiver algo melhor que dinheiro, o espírito respondeu, isso é você quem vai avaliar.Em frente ao homem tinha uma grande árvore, e o espírito sugeriu que ele olhasse para a copa da árvore. Ao olhar, o homem ficou trêmulo, tinha uma grande garrafa pendurada e seu pequeno filho dentro dela.

 

    Ele disse, fique com todos esses miseráveis pássaros e devolva meu filho. Não é bem assim, terás que soltar os pássaros adultos e colocar todos os filhotes em seus respectivos ninhos, faça isso com calma, se errar um ninho ou machucar um filhote, nunca mais verás seu filho.

    O homem começou a soltar os pássaros, e com atenção procurando lembrar de qual ninho tinha tirado, preocupado em não errar, e em cada ninho que devolvia os filhotes, era visível a felicidade deles e dos país. E quando terminou voltou ao local para encontrar seu filho, e ao olhar para a copa da árvore, não viu mais a garrafa nem ele, ficou furioso, mas antes que ele pensasse em cometer outro erro, o espírito apareceu e falou: seu filho está seguro em sua casa, a mãe dele estava aflita e não merecia sofrer até você chegar, e vou lhe pedir dois grandes favores, nunca mais pise nessa floresta, e se alguém quiser vender um pássaro a você, não compre, o lugar deles são os galhos e a liberdade, e não presos em gaiolas penduradas.

    Eu Malin, o enviado de Órion senti o quanto de amor e solidariedade existe nos animais, todos eles se sensibilizaram com o problema dos pássaros, eles sabem que em uma comunidade, problema de um, é problema de todos, porque alguns humanos pensam diferente, é o que estou pesquisando.

 

    Ass.  Maninho.

Artigo Original