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No grande livro da vida o segredo é virar a página. Desapegar da leitura atual, principalmente se ela tiver uma conotação dramática. Não sabemos ao certo se estamos escrevendo o melhor de nós, mas temos a certeza de que o que for escrito nada apagará. Poderemos até escrever um outro capítulo melhor ou pior, mas nem as gotas de suor ou das lágrimas apagarão o que escrevemos. A nossa edição não é muito diferente de livros lacrados nas livrarias, os quais compramos pela capa ou pelo título, e só ao lermos descobrimos que não era o que pensávamos devido a falta de conteúdo.
A nossa história é bem semelhante e com raríssimas exceções. E sabe por que? Devido a cultura de escrevermos para impressionar alguém, esquecemos de fazer as revisões prioritárias, e por isso em vez de fazermos sucesso, ficamos esquecidos nas estantes até um leitor comprar pela aparência. A nossa literatura é universal, em todos os lugares do mundo existirão livros e escritores, e a certeza de que nenhuma publicação deixará de ser lida.
Sai da página atual se não estiver realmente feliz com a leitura, escreva na próxima um texto de conteúdo inesquecível, porque mesmo que o tempo passe, um dia alguém vai na estante do passado, e vai ler um pouco do que escrevemos, e poderemos ser úteis mesmo sem estarmos aqui.
Não podemos nos condenar se por acaso nos encantarmos pela capa, e depois tivermos de questionar sobre o autor, em muitas ocasiões também somos responsáveis por fazer uma leitura apressada, e isso resultou em um erro de interpretação. Quantas vezes ouvimos a mesma música, passeamos na mesma praça, saímos com as mesmas pessoas e depois entendemos que foi tempo perdido? No tempo não se perde nada, precisamos apenas acompanhar as transformações que ele nos mostra e insistimos em não ver, ou não querer ver.
Virando a página temos a oportunidade para aumentar o nosso conhecimento. E para que isso aconteça, o ideal é que sejamos leitores e escritores, a nossa participação vagará pelo mundo e pelo tempo e se tornará imortal. Nosso livro, não sabemos quando escreveremos a última página, eis a responsabilidade de editar com transparência, essa é uma das muitas chances de que a nossa publicação seja divulgada. É preciso saber que nada apagará o que escrevermos no misterioso livro da vida, e que nós somos suspeitos para julgar o potencial de nossa própria obra. A crítica externa sim, essa é quem vai dizer se seremos uma leitura saudável e inesquecível, ou se o nosso livro será apenas mais um na enorme estante da vida.
Ass. Maninho.
